Tudo que tem o nome JESUS CRISTO causa polêmica, não poderia ser diferente na estréia do musical JESUS CRISTO SUPERSTAR no Complexo Ohtake Cultural em São Paulo.
Diversas pessoas se posicionaram na frente da entrada do Teatro com cartazes com os dizeres “blasfêmia”, “este musical mancha o nome do Senhor” ao som de gaitas de fole (?!).
Depois ficar muito tempo lá assistindo o protesto e tentando entender o motivo da manifestação (já que o musical conta a história de Jesus Cristo humanizado, sem nenhum julgamento moral) decidi entrar.
Independente da manifestação, o Teatro estava lotado com um público bastante misturado. Muita molecada e também senhoras com suas famílias querendo assistir a versão musical da história de Jesus Cristo sob a Direção de Jorge Takla e produção da T4F.
Na minha opinião, o musical deveria se chamar ALÍRIO NETO SUPERSTAR por motivos óbvios! A simples presença dele com aquele look heavy metal já chama bastante a atenção, mas quando ele começa a cantar, não tem como abafar o fato que ele é muito talentoso, fora que o personagem é um dos grandes responsáveis pelo desenrolar da trama.
Vocalmente é um musical bem desafiador! Personagens cantam muito grave (mesmo) e outros em uma região muito agúda. Muitas pessoas consideram os melhores cantores, aqueles que tem timbres agúdos, mas na verdade o mais difícil em um espetáculo é fazer com que o grave soe com nitidez, pois como a região cantada não favorece a captação do microfone, é preciso uma técnica muito boa para uma grave sair bonito, audível e afinado. Ponto pros cantores!
Igor Rickli, Negra Li, Alírio Neto e Fred Silveira dão um show durante o espetáculo. Mesmo já conhecendo o final da história, da um aperto no estômago passar pelas cenas de tortura de Jesus. Iluminação e fotografia ajudam a criar esse clima de “mal estar” proposital que já é quebrado na sequência por um dos melhores números da peça, a musica “Superstar”.
Pra quem não está acostumado com o gênero Teatro Musical, não é uma peça que recomendo assistir de primeira por ela ser toda cantada, não há falas. Mas as versões de Bianca Tadini e Luciano Andrey fazem qualquer um prestar atenção em todas as sílabas dos atores. Transcrever uma letra cantada em inglês para o português não é fácil! Mas a dupla conseguiu.
A ópera-rock brasileira possui um tempo de duração menor que o original mas não deixou a desejar. Estão em curta temporada em São Paulo, super recomendo!
Um dos melhores momentos do espetáculo na voz de Steve Balsamo interpretando a música Gethsemani e em seguida a versão brasileira de “Superstar”:
SERVIÇO
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JESUS CRISTO SUPERSTAR
Patrocínio: Smiles
Realização: TIME FOR FUN E Takla Produções
Temporada: 14/03 a 08/06
Local: Teatro do Complexo Ohtake Cultural (Rua dos Coropés, 88 – Pinheiros)
Horários: quintas e sextas, às 21h; sábados, às 17h e 21h; domingos, às 18h
Ingressos: de R$ 25,00 (meia-entrada) a R$ 230,0